Introdução: O Desafio do Código Não Testado
Ao trabalhar com sistemas mais antigos, você pode encontrar situações em que o código não possui testes unitários suficientes. Isso pode criar um obstáculo significativo se você precisar fazer alterações ou melhorias. Sem testes, você não pode verificar se as modificações não quebrarão a funcionalidade existente. Então, como você enfrenta o problema de alterar código não testado e intestável?
Neste post do blog, vamos explorar os desafios do código legado e fornecer estratégias eficazes para testá-lo e refatorá-lo, transformando uma situação complicada em uma tarefa gerenciável.
Entendendo o Problema: Por Que o Código Legado é Difícil de Testar?
Antes de mergulharmos nas soluções, é crucial entender por que algum código é difícil de testar:
- Altas Dependências: Classes frequentemente possuem inúmeras interdependências que complicam a configuração de testes unitários.
- Código Fortemente Acoplado: Código que não segue a separação de preocupações geralmente torna difícil isolar funcionalidades para testes.
- Anti-padrões: Práticas que minam um bom design de software podem levar a um código que resiste a testes.
Solução: Estratégias para Testar Código Não Testado
1. Comece com Refatoração
Refatorar com frequência pode aliviar o fardo de escrever testes para código que é difícil de trabalhar. Veja como:
- Modificar a Visibilidade: Altere membros privados para protegidos. Isso permite que você crie subclasses de teste que podem sobrescrever métodos ou campos para fins de teste.
Exemplo
Imagine que você tem uma classe que inicializa dados a partir de um banco de dados durante o construtor—um cenário que torna os testes unitários quase impossíveis.
Código Original:
public class MyClass {
public MyClass() {
// lógica de DB indesejada
}
}
Código Refatorado:
public class MyClass {
public MyClass() {
loadFromDB();
}
protected void loadFromDB() {
// lógica de DB indesejada
}
}
Ao isolar o carregamento do DB no método loadFromDB
, torna-se fácil sobrescrever esse método em um cenário de teste.
2. Crie Wrapper para Testes
Uma vez que você tenha refatorado o código, você pode criar wrappers para testes:
Código de Teste Exemplo
Seu código de teste pode ser algo assim:
public class MyClassTest {
public void testSomething() {
MyClass myClass = new MyClassWrapper();
// lógica de asserção aqui
}
private static class MyClassWrapper extends MyClass {
@Override
protected void loadFromDB() {
// alguma lógica mock para testes
}
}
}
O wrapper permite que você insira lógica mock, isolando efetivamente o teste da dependência real do banco de dados.
3. Considere Ferramentas Existentes
Embora essas estratégias possam ser bastante eficazes, não se esqueça de que bibliotecas e ferramentas modernas podem facilitar o processo de teste também. Usar frameworks como DBUnit frequentemente simplifica cenários que envolvem operações de banco de dados.
4. Cuidado com Frameworks
Embora modificar níveis de acesso possa oferecer ganhos rápidos para testes, isso também pode expor o funcionamento interno, o que pode ser problemático para autores de bibliotecas ou frameworks. Certifique-se de manter a encapsulação adequada e os princípios de design, a menos que seja absolutamente necessário.
Conclusão
Testar e refatorar código não testado ou intestável pode parecer intimidador, mas com modificações estratégicas e as ferramentas certas, você pode transformar sistemas legados em código manutenível e amigável para testes. Ao priorizar a refatoração, criar wrappers para testes e aproveitar as ferramentas disponíveis, você pode facilitar sua vida como desenvolvedor e garantir a resiliência do seu software.
Dica Principal
Sempre se esforce para criar unidades de código testáveis, enquanto mantém em mente o impacto das suas mudanças na funcionalidade existente. Boa programação!